MATÉRIA NEGRA


 

Foi preciso um passado de lutas e sofrimento para se construir um futuro próspero e pacífico. E nada pode mudar isso.


Bruno chegara pontualmente a meia-noite na sede da PF. Vinha de Brasília onde participou de uma reunião com o procurador-geral, mas antes, havia passado no ministério público para tratar de outros assuntos. Foi Clarice quem o recebeu e o acompanhou até uma das salas de interrogatório. 

- As provas são boas? - perguntou ele.

- Ele disse que mostraria tudo só quando você chegasse, respondeu entre passos apertados. 

- Só isso! Não disse pra quem trabalhou ou quem ele conhecia do governo? - quis ele saber quando adentraram o último corredor para a sala.

- Se quer saber se está mentindo, acho melhor esperar que provas ele realmente tem. O que acha?

Ele não quis responder de imediato, apenas lhe lançou um olhar de "vamos ver". Quando entraram, Fernando, Rodrigo e Roberto estavam em pé encarando o tal delator. Estava sentado do outro lado da mesa e com um semblante sério. E pareceu aliviado quando viu Bruno.

- Muito bem, senhor...

- Paulo. 

- Senhor Paulo, meus colegas disseram que o senhor tem informações cruciais para nós. É verdade?

- Sim, está aqui, ele lhe mostrou um pequeno pendrive todo prateado e o deslizou sobre a mesa. - Está tudo aí: relatórios, extratos bancários, diversos demonstrativos, vários áudios, vídeos e até fotos de pelo menos cento e cinquenta deputados estaduais e federais, pouco mais de vinte senadores, cinco governadores e três ex-governadores, se não me engano; três prefeitos, dois ex-presidentes, além, claro, do atual. Todos envolvidos em esquemas de proprina, desvios de verba, superfaturamento e o que mais vocês imaginarem.

Todos olharam para Bruno. Ele pegara o pendrive enquanto Paulo falava e tomara alguns segundos antes de lhe fazer uma pergunta. 

- Também tem algo aqui sobre o ex-presidente Camarão ou sobre o P.O.? - Paulo só entenderia a relevância da pergunta mais tarde.

- Há menção dele e do Partido dos Operários sim, mas pouca coisa. Mas veja, eu não estou aqui apenas por isso. Precisava de algo que chamasse a atenção de vocês especificamente! - dissera ele e todos lhe lançaram olhares surpresos. 

- E o que mais o senhor tem pra nós, senhor Paulo? - questionou-o Bruno.

- Olha, sei que vai parecer coisa de maluco o que vou falar, mas peço que me deixem explicar tudo. Posso provar o que vou revelar... Tudo bem? - Paulo considerou que o silêncio  dos cinco era uma anuência. Ele continuou: - Certo. O motivo de eu estar aqui e de saber tudo isso, inclusive de vocês... é porque eu vim do futuro. 

Roberto e Rodrigo foram os primeiros a rir. E sequer fizeram questão de segurar. Ao contrário de Fernando e Clarice que riram mais dos colegas do que da revelação de Paulo. Bruno também queria rir, porém, como delegado-geral, teve que manter a postura que o cargo pede. Resolveu então exercer a função.

- Muito bem, rapaz! - ele bateu com a mão na mesa, não para assustar Paulo, mas para encerrar a galhofa. - Não sabemos quem é você ou o que quer aqui, mas não me venha com asneiras! Fale logo como conseguiu essas informações, pra quem trabalha, por acaso recebeu alguma propina? Está sendo chantageado? Está chantageando alguém? Fale logo! - bateu novamente a mão direita na mesa. Contudo, Paulo não se abalou. E todos, incluindo Bruno, perceberam. 

- Tudo bem, eu já esperava esse tipo de reação, dizia ele com absoluta calma. - Aliás, foi até melhor do que eu imaginava. Eu disse que posso provar. Me perguntem qualquer coisa que ninguém mais saberia, apenas vocês...

- Nós! Como assim? - quis saber Clarice.

- Meu grupo pesquisou todos os agentes desta unidade, eu mesmo li sobre vocês sete! Vocês podem até... - explicava ele até ser interrompido.

- Sete!? Com você nesta sala são apenas seis! - Fernando fez questão de esclarecer.

- Eu li sobre vocês cinco, mais a Vânia e o Maurício que estão lá fora, eu... - foi interrompido de novo. Cada um perguntando uma coisa; Bruno começara a se exaltar e coube ao próprio Paulo cessar a falação. - Pessoal, pessoal, deixa eu contar a minha história, tudo bem? Se não acreditarem em mim, vocês podem me prender! - e isso prendeu a atenção de todos eles. - Muito bem, vejam, eu vim de dois mil cento e vinte três, portanto, nós sabemos de muita coisa. Daqui a três semanas, o presidente Jeremhias Bossonoro vai fechar o congresso e todas as instituições em Brasília, vai revogar a atual constituição e instituir, o que chamamos de uma teocracia militar, certo. Como se isso não fosse grave o suficiente, com o Brasil hoje, acho que vocês percebem isso, em frangalhos economicamente, ele aplica um decreto que destitui todos os indígenas e quilombolas restantes de suas terras e obriga, junto com moradores de rua, desempregados e praticamente toda a população que vive em favelas a trabalhar, doze horas por dia, quase todos os dias, na construção de prédios e casas para o governo, ferrovias, estradas e em plantações e pastos para a agricultura... Calma, deixem-me terminar... É claro que isso revoltou o povo! Houve protestos, lutas, quase uma guerra civl, mas com o exército e as PMs dos estados como apoio, acabamos sucumbindo. Porém, isso não impediu de haver grupos rebeldes! Um deles, chamados de Os Filhos de Xangô, conseguiu adquirir, de um laboratório clandestino americano, uma nova variação da chamada Gripe Espanhola. Eles conseguiram invadir um laboratório aqui mesmo em São Paulo e obrigaram seus biólogos a fazerem uma modificação no vírus. Infelizmente, eles foram bem-sucedidos... Eles esperaram as comemorações do Sete de Setembro chegar, onde o próprio presidente compareceria, e sim, Bossonoro se perpetuara no poder, para disseminar o vírus... Em menos de três semanas, aproximadamente cem das mais de mil pessoas que estavam ali morreram... dali a duas semanas mais uns duzentos, hã, indivíduos também faleceram. E até que se descobriu o que realmente estava acontecendo, isso se estendeu durante dois anos... 

- Muito bem, senhor Paulo, Bruno achou por bem o interromper; está muito... interessante seu relato, não estou dizendo que acredito, mas que modificação foi essa que fizeram? 

- Certo, tudo bem, olha não entendo muito de biologia, estou mais reproduzindo o que me contaram, entretanto, essa modificação foi feita para afetar apenas pessoas com características caucasianas!

Dito isso, a falação voltou. Todos querendo saber mais um pouco ao mesmo tempo. Mais uma vez, Bruno colocou ordem ali. 

- Já chega, quietos um pouco... Senhor Paulo, supondo que toda essa baboseira seja verdade, que apenas pessoas brancas morreram desta... epidemia, não é um pouco contraditório que logo o senhor, você, venha do futuro para nos salvar!

- Tudo bem, eu chegaria neste ponto. Por que um negro salvaria brancos vindo de um futuro neo-escravocrata? Como eu disse surgiram vários grupos rebeldes e eu sou de um deles, o Novo Palmares. Acreditamos ser possível uma existência pacífica entre todos! Além do mais, apesar do vírus ser massivamente mortal para os brancos, uma parte da população negra foi sim acometida, ainda que apenas uma minoria. 

- E como você viajou no tempo? - quis saber Rodrigo de maneira desdenhosa. - Não vá dizer que foi numa máquina do tempo?

- Na verdade foi sim, respondeu Paulo tranquilamente. Todos duvidaram.

- Ah, certo! E como vocês conseguiram criar uma máquina do tempo? - Roberto tomou a vez. Paulo deu um leve sorriso antes de responder.

- Não fomos nós. Foi um grupo de cientistas alemães. 

- Então vocês foram até a Alemanha e roubaram a máquina deles? - questionou Rodrigo de novo. Paulo não sorriu. Apenas respirou fundo.

- Não, eles vieram pra o Brasil. Como a epidemia começou aqui, eles acharam mais eficiente fazer a viagem daqui mesmo. Eles se... sacrificaram para que pudéssemos salvar todos.

- E como a máquina funciona? - foi Fernando o curioso da vez. 

- Com algo chamado matéria negra, respondeu sério.

Houve mais um início de burburinho, mas foi Clarice que deu a bronca dessa vez. 

- Eu acho que já está bom pra vocês três nerds!

E em meio a alguns protestos, Vânia entrou. Foi em direção a Bruno que estava sentado e ouvindo tudo aquilo quieto e lhe entregou duas folhas de sulfite presas com um grampo. Ele leu o que estava impresso nelas e lançou um olhar ferrenho para Paulo. 

- Paulo de Souza Negreiro, é esse o nome que o senhor nos deu? - perguntou.

- Sim, esse é o meu nome, respondeu ele já sabendo o que acontecera.

- Bom, senhor Paulo de Souza Negreiro, de acordo com a nossa busca existem cerca de vinte pessoas com esse nome e nenhuma delas bate com a sua descrição! - completou Bruno com o dedo indicador em riste pressionando o papel. Todos lhe lançaram olhares acusadores. Paulo não titubeou.

- Sei que parece estranho, mas isso é porque eu ainda não nasci! - disse e o burburinho voltou. Bruno usou sua mão direita para restabelecer o silêncio. 

- Não lhe parece muito conveniente, senhor Paulo de Souza Negreiro? Posso muito bem acusá-lo de falsidade ideológica! 

- E você não pode viajar para uma época que ainda não nasceu! - intrometeu-se Roberto. Bruno o encarou incrédulo. 

- Não funciona dessa maneira... - quis ele explicar, mas antes que a falação começasse, ele emendou: - Vejam, eu disse que posso provar que sou do futuro. Sei de informações de todos vocês! Coisas que vocês não sabem um do outro... Coisas que vocês não colocaram em nenhum lugar da hipernet!

- Hipernet? - espantaram-se Rodrigo e Roberto. 

- Me desculpem, essa ainda é a época da internet!  - esclareceu.

- Muito bem, senhor Paulo, diga agora o que você sabe sobre nós! E se vier com lorota de novo... - Bruno quis deixar claro sua impaciência.

- Certo, o Roberto, por exemplo, sustenta três famílias sem que nenhuma esposa saiba da outra...

- Quem te contou isso? - Roberto arregalara os olhos surpreso. Mas Paulo não parou.

- O Fernando costuma desviar apreensões de cocaína e maconha para outros traficantes sempre que se endivida - ele também escancarou seus olhos, mas não disse nada. - A Clarice disse ao ex-namorado que seu filho é dele quando na verdade é do seu irmão - ela ia pra cima dele, porém, Bruno não deixou. - Rodrigo mantém junto com mais dois sócios cinco casinos clandestinos - "é claro que é mentira", dissera ele sem qualquer convicção. - E você, Bruno, já teve casos fora do casamento com dois...

- Chega, o senhor está preso! Falsidade ideológica, chantagem, as denúncias... - queria Bruno continuar, contudo, os outros agentes estavam inquietos e foram todos pra cima de Paulo. Era tarde pra qualquer outra coisa. 

- Como você soube disso? - perguntou Clarice desesperada. Foi o André, aquele moleque? Se minha mãe já souber...

- Qual delas descobriu... Eu preciso saber... - dizia Roberto ainda surpreso.

- Foi o Sérgio que te contou, não foi? Ou o Alberto? Sabia que um daqueles dois me deduraria! - Rodrigo não se conformara.

- Eu só fiz isso uma vez! Talvez duas... Era pra ser só uma vez, eu juro... - Rodrigo estava mais envergonhado que revoltado. Assim como Bruno que ora encarava seus agentes, ora Paulo. Não sabia mais o que fazer ou dizer. Entretanto:

- Pessoal, pessoal, pediu e eles atenderam. - Certo, senhor Paulo, ou seja lá qual for seu nome, quer nos chantagear pra quê? Quer que nos afastemos das investigações, não é isso? Isso é coisa do Alvarez, ou talvez do Mendes... 

- Não estou aqui pra chantagear ninguém! Precisam acreditar em mim! - tentou Paulo mais uma vez. - Escolhemos vocês por fazerem parte da força-tarefa Bolsos Limpos, e você Bruno tem contato direto com o Ministro da Justiça e este com o Presidente. Se você conseguir convencê-lo a convencer Bossonoro de desistir de mais um regime ditatorial no país, conseguiremos salvar milhares de vidas! - dessa vez todos ficaram em silêncio. - Ligue para ele, Bruno, confirme você mesmo! Vocês ainda podem me prender, sou eu que estou em desvantagem aqui. 

- Me deem cinco minutos, dissera Bruno depois de prestar bem atenção no discurso de Paulo. Quando saiu da sala, os outros continuaram o encarando. E em silêncio. Bruno voltara exatamente no tempo que pedira e deu a ordem: - Muito bem, senhor Paulo de Souza Negreiro, o seu relato carece de mais informações, mas por hora o senhor será conduzido para uma das nossas casas de segurança. Ninguém além de nós aqui pode saber sobre você e o que você sabe, está entendendo?

- Estou sim, delegado, e obrigado, muito obrigado, é muito bom saber que minha missão terá exito, disse ele com um sorriso no rosto. No entanto, os policiais federais continuavam todos de cara fechada. 

- Muito bem, Fernando e Roberto o escoltarão. Ambos se certifiquem que ele estará seguro, entenderão? - disse Bruno olhando fixamente para os dois. 

- Sem problema, Bruno, disse Roberto.

Paulo levantou-se, despediu-se com um "desculpe qualquer coisa", e seguiu em direção ao estacionamento. Foram no sedan preto do Fernando. Os outros três ainda ficaram naquela sala por alguns minutos sem falarem nada, até que:

- Bruno, olha, sobre aquilo eu juro que... - começara Rodrigo.

- Bruno, eu só pensei no bem do Miguelzinho... Você viu ele, é um menino tão... - e Clarice acompanhara. 

- Vocês não ouviram o que falei? Tudo o que foi dito aqui, permanece apenas entre nós. Tudo. Entenderam? - e os dois consentiram com a cabeça.

- E o que você vai fazer agora? - perguntou Clarice.

- Vou ter que voltar amanhã cedo pra Brasília! O Souro quer explicações detalhadas do que houve aqui. E não se preocupem, apenas direi as partes que vão interessar a ele... Você ainda vai pra Belo Horizonte não é? - quis ele saber.

- Detesto intercâmbios, mas vou ter que ir, respondeu e mirou Rodrigo; a não ser que você queira trocar comigo?

- De jeito nenhum! - afirmou. - Quando vou ter outra oportunidade de passar um fim de semana de graça em Ipanema! 

- Muito bem, temos nossos compromissos. E não preciso dizer pra sermos discretos quanto ao que houve aqui, certo?

- Sim, senhor, disse Clarice.

- Sem problemas, disse Rodrigo.

Enquanto isso, Fernando e Roberto já estavam chegando na casa onde deixariam Paulo. Foi uma travessia de uns quarenta minutos e praticamente ninguém quis conversar. No entanto, Roberto não segurou sua curiosidade.

- Hã, então, essa máquina do tempo, como ela é? É parecida com a daquela série antiga que os caras entravam em um túnel?

- Na verdade lembra um pouco sim, respondeu. - Mas é como se você entrasse em uma piscina. No início é estranho, mas você se acostuma. 

E antes que Roberto perguntasse mais alguma coisa, eles tinham chegado. 

- É esse em frente aqui, senhor Paulo. É pequena e discreta, ninguém vai reparar, disse Fernando. 

- Muito bem, está ótimo! - disse Paulo, já saindo do carro. Os outros dois foram logo atrás. Mas Fernando tomara a frente para abrir a porta e deixar Paulo entrar. Na pouca luz que entrara com ele, pode ver a simples decoração da sala com um conjunto de sofá, uma estante e uma mesa de centro. Quando a porta fechou-se, pensou: "mais cedo do que eu imaginava"; e conseguira erguer seu punho cerrado e soltar seu grito: - Liberdade e justiç... - foi o tiro na nuca que o interrompeu. Fernando só dera mais um na cabeça para ter certeza.

- O que que ele falou: liberdade e? - quis saber Roberto.

- Ah, sei lá, o cara era doido mesmo! - Fernando dera de ombros. - O que importa é que isso terminou!

- E as coisas que ele sabia! Ele veio do futuro! E se tiver mais deles! - Fernando tratou de interromper a ansiedade do colega.

- Olha só, você tem esse intercâmbio pra fazer lá em Porto Alegre, não é? Vai ter que esquecer tudo isso... Por enquanto, pelo menos. 

- Tá, tá, eu sei... - tomara alguns segundos para por sua cabeça em ordem. - Onde vamos despachá-lo?

- No lugar de sempre, respondeu Fernando. 

Horas depois ambos estavam no carro voltando, por assim dizer, as suas vidas normais. 

- Te deixo no seu apartamento? - perguntara Fernando.

- Sim, depois eu falo com a Lilian, disse. - E você, é o único que vai ficar em São Paulo mesmo!

- E você sabe porquê! 

Fernando atendeu o pedido do amigo e o deixou em frente ao seu prédio. Seguiu ele então para a casa de Luciana; abraçou e beijou seus dois garotos e também a esposa. Disse que apenas pegaria uma muda de roupas e voltaria para sua diligência. Ela não gostou, mas consentiu. Porém, seguira para o apartamento de Adriana. Lá também abraçou e beijou suas três meninas como gostava de dizer. Teve tempo de tomar uma xícara de café e voltar pra segundo ele conduzir um informante a um local seguro. Usou de meia verdade dessa vez. Então lá foi ele... para a casa de Marília, onde abraçou e beijou seu casal de anjinhos e depois a esposa dizendo-se cansado depois de um dia de trabalho. Estava se preparando para o banho quando começara a tossir do nada. E sem parecer que iria parar. Um pouco de catarro fora expelido e, quando olhou para sua mão, se assustou com o sangue que saíra junto. Marília, que estava levando sua toalha, o viu de joelhos no banheiro e se assustou também.

- Meu Deus, querido, o que houve? - quando viu o sangue não pensara duas vezes. - Vou chamar a emergência! - clamara. Fernahdo então entendeu. Mas mal sabia ele que já era muito tarde. 

- Não... querida... vá embora... as crianças... minhas crianças... - dizia ele entre uma tosse e outra. 



Anos depois, bem depois, em um prédio todo espelhado, longe do centro da cidade, três senhores estavam discutindo dentro de uma das salas no último dos vinte e dois andares. Nada acalorado, ou mesmo divergente, apenas acertavam alguns pontos. 

- Senhor Tau, com sua licença, disse a moça alta e magra com um vestido verde claro estava acompanhada de um rapaz, também alto e com um semblante jovem.

- Podem entrar, autorizou. ele se levantou, os outros continuaram sentados. Ao se aproximarem, ele encarou bem o rapaz. Pareceu procurar algo. Aquele ficava ereto como uma estátua. - Ele é o selecionado?

- Sim, respondeu a moça.

- Qual o seu nome? - questionou Tau.

- Zaki, senhor. 

- Zaki, está ciente do que queremos que faça, acredito?

- Sim, senhor. 

- Considera-se preparado?

- Estou sim, senhor!

Tau olhou para os outros dois que nada disseram. Olhou de volta para Zaki ainda procurando algo. Pareceu-lhe que tinha achado.

- Muito bem, Zaki, seu codinome lá será Paulo.



Comentários

  1. Caso alguém leia este conto daqui a cem anos ou mais, espero que o Brasil esteja bem melhor do que deixamos. E pra quem ler agora, isso é uma amostra grátis de um projeto vindouro!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas