Eduque-se

É uma discussão que parece que não vai ter solução. Diferente da matemática, em que um mais um é igual a dois – na maioria dos casos – os objetivos para a educação no país parece haver várias alternativas e nenhuma correta. Mas antes que se discuta que tipo de educação dar aos nossos filhos, não seria mais importante saber o que afinal é educação?

Não vou aqui me fazer de pedagogo. Me falta o conhecimento e, mesmo se o tivesse, não usaria de tal. Discutirei a questão como um cidadão apenas, formado em escola pública e preocupado com o futuro do país.

Falando em escola pública, pouca coisa mudou de lá pra cá.
Ia mais por obrigação do que prazer, que é essencial. Sentava na carteira, a professora (maioria) escrevia a matéria na lousa, a gente copiava, ela explicava, passava alguns exercícios, dava lição de casa, fazíamos (na maioria das vezes, para ser sincero), ela corrigia, marcava-se tal dia para a prova, decorávamos a matéria (poucos realmente entendiam do assunto tratado) e ponto.  Durante o ano, era essa a rotina. Quem fosse bem sucedido, passava de ano; quem não, o repetia. Isso mudou. Foi inventada a tal da progressão continuada que acabou “formando” novos tipos de cidadãos: os analfabetos funcionais.

E isso é educação?

Sim e não.

É claro que é importante adquirir conhecimento, saber de onde viemos, porque falamos essa língua e criar habilidades para que se possa – na teoria – desenvolver, criticar e, a partir daí, produzir novos conhecimentos. Mas o mundo mudou, se digitalizou numa velocidade que o nosso chamado sistema educacional não conseguiu acompanhar.

Qual seria a solução então? Não sei. Todos, desde pais, educadores, governantes e empresários têm discutido qual rumo tomar sem conseguir uma resposta a contento. Talvez seja um sinal de que nossa educação não nos prepara verdadeiramente para isso: pensar e encontrar soluções para situações do dia-a-dia.

Uma coisa todos sabem: do jeito que está é ruim e tem que mudar. Mas para o que e como é o grande desafio. Talvez se deva começar lá no básico. Ensinar sim a ler e fazer contas é importante, porém, por que não perguntar o que se quer aprender. Uma outra língua, um instrumento musical, a pintar, escrever histórias...

Acredito que a educação mais do que formar cidadãos para o mercado – essencial para o país – deve formar seres humanos, antes de tudo, para a sociedade. A educação é o que fazemos dela.

Comentários

  1. Um assunto sempre complicado de se discutir. Espero estar contribuindo de alguma forma.

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