Herói Por Um Dia
Como um grande
fã de quadrinhos, desde criança, tenho visto esta explosão de filmes e séries
de super-heróis com grande prazer e com certo orgulho também. No entanto, me
pergunto às vezes se todos que apreciam essas produções e seus derivados – como
brinquedos e roupas – conseguem perceber o verdadeiro papel do herói ou mesmo
se ainda tem relevância nos dias de hoje.
Eu acredito que o herói
ainda não perdeu sua relevância e como uma máscara sua verdadeira identidade
tem que ser descoberta por trás de todo esse consumismo: o de ser não apenas um
exemplo, mas um espelho para a nossa vida.
O herói sempre salva o
dia, certo? Ele usa seus poderes ou habilidades especiais e enfrenta um ou mais
vilões e impede a destruição de uma cidade ou do mundo; ou então apenas salva
alguma mocinha do perigo. E é só? Parece que sim, mas é bem mais do que isso.
Se formos até a origem de cada super-herói e ver o que o tornou o que ele é,
descobrimos várias coisas.
Alguns como o Superman,
por exemplo, ou os X-Men já nascem com seus poderes; outros como Flash e
Homem-Aranha ganharam os seus; já Batman e Homem de Ferro não nasceram ou mesmo
ganharam poderes, mas conseguiram, com trabalho e inteligência superar uma
adversidade, por vezes, maior do que eles. E o que isso significa? Será que
aqueles que ganham ou que nascem com poderes são mais abençoados, tem mais
sorte do que aqueles que tem que batalhar para conseguir derrotar um inimigo?
Será que devemos pensar que quem nasce rico ou ganha uma grande soma de dinheiro
tem mais sorte ou é melhor que o resto de nós?
Não necessariamente.
Pegue o próprio
Superman. Ele tem superforça, voa, tem superaudição, etc. Mas é isso que faz
dele um herói? E se ele fosse como Lex Luthor, seu eterno arqui-inimigo, e
tivesse esses mesmos poderes. Será que ele salvaria ao menos algum gatinho do
alto de uma árvore? Então veja: não é o fato de você nascer com superpoderes ou
ser rico e ter tudo na vida que faz de você um herói ou alguém melhor que o
outro. Mas sim o fato de como você usa seu poder frente às pessoas é que vai
determinar quem você é.
Assim como os X-Men.
Cada um deles nasce com uma habilidade específica e são vistos como um perigo
para a humanidade. Então eles são ensinados, educados pelo Professor X a
controlar e usar seus poderes para o bem. Isso é muito importante porque muitos
de nós já nascem com incríveis habilidades como extrema inteligência, falam
muito bem, são bons em qualquer esporte ou se tornam grandes atores, atrizes ou
músicos... E mesmo esses precisam de muito treinamento e educação para ser o
melhor que podem ser e usar seus poderes para o bem. O deles e o nosso.
Então veja, por trás de
todo esse merchandising que esta era de heróis vem trazendo – e novamente, eu
como grande fã estou adorando – há um papel fundamental que todos nós devemos
aprender: mesmo que nasçamos ou ganhamos por mérito ou força de vontade algum
tipo de poder, se não soubermos como usá-lo, acabaremos nos tornando o vilão da
história.
Os heróis estão aí para
nos espelharmos neles e ele não precisa sair das revistinhas ou dos filmes, ele
pode estar do seu lado: seu pai, sua mãe, seu tio, seu avô, seu irmão mais
velho, um professor... E só prestar atenção.
E para ser um herói
você não precisa necessariamente colocar uma capa, vestir uma máscara e sair
batendo no primeiro meliante que ver. Não precisa ser nada grandioso. Por
exemplo, você pode ajudar alguém que não sabe ler a pegar o ônibus correto;
ajudar alguém com deficiência visual a atravessar a rua e já estará fazendo uma
grande diferença e salvando o mundo dessas pessoas.
Ser um herói, mesmo por
um dia, trata-se de escolher como você quer que o mundo o veja. Pois como dizia
o tio do Homem-Aranha, seu herói pessoal – assim como são os pais adotivos do
Superman e o mordomo Alfred para o Batman: com grandes poderes, vêm grandes
responsabilidades.
Um breve discurso sobre o papel do herói.
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