Mães e Seus Filhos
A África está passando fome. Chega a ser cíclico como as estações do ano. Hoje é a Somália, que no estado em que se encontra, fez a ONU decretar situação de emergência.
foto por Feisal Omar/Reuters/Estadão |
Não é a primeira vez.
Também outros países africanos passam ou já passaram pela mesma situação em maior ou menor grau. E pedem ajuda humanitária – e ela vem; fazem músicas – e todos cantam. Mas acabar com a fome em definitivo parece difícil.
Dinheiro não é o problema. Não pode ser. Correndo o risco de exagerar, os milhões, trilhões de dólares e/ou euros que EUA, União Europeia, Inglaterra e o FMI gastam para suplantar uma possível falência global, que ameaça suas economias, poderia ajudar a tirar da miséria absoluta mães e seus filhos que não tem nada, nada mesmo – sem exagero – para comer.
Eles lhes devem isso.
Na época das grandes expansões marítimas, invadiram e colonizaram o continente africano como se fosse a própria casa; usaram e abusaram; saquearam aquela terra tirando todo tipo de metal precioso quanto podiam; vilipendiaram e escravizaram seu povo como se fossem animais dizendo-se que Deus tinha lhes dado o direito – e sabemos quem realmente foi. Nem com animais se faz isso.
Então veio a abolição e os negros foram deixados... simplesmente. A ganância deixou o continente materno numa eterna guerra civil. Mal olham para lá. Parece um vespeiro em que ninguém quer por a mão. A não ser que seja do próprio interesse. Já viram as fotos? Aquelas pessoas parecem mortos-vivos de tão esqueléticos, no entanto, seus “governos” têm armas de sobra para perpetuar suas pequenas guerras. Como conseguem dinheiro para comprá-las? Quem as vende? Como chegam lá?
Essas
perguntas têm respostas. Abusos ainda são permitidos. Parece-me que a
libertação de escravos e a posterior descolonização foram só para inglês ver.
Ou o pessoal do hemisfério norte assume de vez o erro e auxilia estes países
com uma maciça intervenção – tenho um certo medo de pensar se isso é uma boa
solução – ou não vai ter ajuda humanitária, mesmo música com artistas unidos
que dê jeito. O mundo gira, o barril de tão cheio pode explodir e aí, com o
perdão do palavreado, não vai sobrar neguinho para contar a história.
Pensei em deixar minha opinião sobre. Certas coisas me deixam revoltado.
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