Por Que A Guerra?

Acho que estava tentando ignorar. Não de uma forma maldosa do tipo “não é problema meu”; estava mais para “o que vou falar sobre isso?” ou “como vou falar sobre isso?”. Porém, o último ataque do governo sírio aos rebeldes, que resultou em mais de 30 mil mortos, não me deixaram muita escolha.
 

Falarei, ou melhor, escreverei do jeito que for.

Mas de que adianta escrever alguma coisa. A cada palavra que penso, escrevo, digito, há mais uma morte ocorrendo. Deram o nome de uma estação que tem como principal símbolo flores aos movimentos de independência e insurreição que tomaram o norte da África e parte do Oriente Médio.

Flores para os mortos, só se for.

É mais uma guerra ou guerras para ficar na história. Que futuramente, alunos deverão estudar/decorar os motivos e as consequências de mais uma de muitas para passar de ano. E a cada ano, a cada década, a cada século guerras e mais guerras acontecem.

Por que ainda há guerras afinal? Por que ainda resolvemos todas as nossas diferenças na bala?
Temos uma estação espacial orbitando a Terra, carros elétricos já rodam em estradas americanas e europeias (não falo nada!), nossos celulares estão tão informatizados e digitalizados que daqui a pouco só precisarão da gente para carregá-los por aí – e olhe lá! Somos tão inteligentes que ainda precisamos resolver qualquer assunto puxando um gatilho.

Eu entendo um pouco o povo árabe. Viver durante tanto tempo em regimes que te privam das necessidades mais básicas – a liberdade é a principal – a revolta, o desejo de se libertar vai acumulando, acumulando, até que um dia a bomba explode. E bomba explodindo é o que não falta por lá.

Mas não houve conversa? É claro que sim! A máxima “quando um não quer, dois não brigam” ainda é válida, quero crer. Porém, a diplomacia é uma via de mão dupla. Quando um sujeito que se acha no direito de dominar milhões seja por herança, golpe, permissão divina ou qualquer outro motivo absurdo, a conversa acaba. O jeito é resolver na luta armada. Veja, sou pacifista. Detesto ver gente morrendo, se machucando quando há soluções para evitar isso. Contudo, quando todos os recursos são usados, só resta a guerra. Não, não é o último recurso. A guerra acontece depois que houve a escassez total de recursos.

Então é por isso que ainda existem guerras?

Sim e não.

Enquanto no mundo houver ditadores, a guerra, infelizmente, é a solução. Mas não é só por isso. As guerras existem porque resolvemos tudo na bala; e resolvemos tudo na bala porque não sabemos ou não queremos conversar com o outro; e não sabemos ou não queremos conversar com o outro porque temos medo! Sentimos medo uns dos outros. De quê? De qualquer coisa. Como seres supersticiosos que somos, apesar dos nossos celulares elétricos espaciais, tememos o que for: porque ele/ela é mais alto, tem a cor da pele diferente da sua, olhos mais bonitos, é mais rico, joga bola melhor que você, qualquer coisa serve.

E por que sentimos medo uns dos outros?

Ora, porque sabemos do que somos capazes. Bem lá no fundo sabemos que se precisarmos podemos até matar. E se eu posso te matar, você também pode me matar. Então qual é a solução: te mato primeiro!

Simples? Claro que não. O ser humano é bem mais complexo que isso. E enquanto não entendermos essa complexidade, ignorarmos a nós mesmos, continuaremos nos matando. Sim, numa guerra ou na sua rua, você não mata outra pessoa, mata você mesmo. Por quê? Como? Talvez os futuros alunos poderão responder essas questões.

Comentários

  1. Foi como eu disse no texto, fica difícil ignorar algo dessa magnitude sem algum tipo de manifestação.
    Ainda acredito na paz!

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