Um Leão Por Dia

Para uns é mais fácil falar, para outros o melhor é escrever; e tem aqueles com dificuldades em ambos. Expressar ideias e opiniões é um pouco complicado, no entanto, depende de um simples aspecto: convencer o ouvinte ou, no caso de uma redação, o leitor.
 

Seja numa coluna ou em um editorial, fazer o leitor compreender suas ideias, tomar um partido – seja contra ou não – é sempre um desafio.
           
Como numa arena da Roma Antiga onde um gladiador luta contra outros gladiadores e/ou leões, o redator pode ter um papel semelhante. Quando escreve seu texto, tem que pensar que vários leitores de diferentes camadas sociais, raças e credos estarão lendo-o. Se for bem sucedido, ou seja, se vencer os inimigos, consagrar-se-á diante do público. Mas, se não agradar nem gregos ou romanos e for vencido, então o público apontará o polegar para baixo pedindo a cabeça da redator-gladiador.
           
Então como agradar a turba ensandecida?
           
Primeiro: é preciso do tema e de uma boa ideia tirada dele. Se o redator conseguir extrair algo do tema que não foi escrito ou mesmo falado, já tem um grande trunfo. Escolhida a ideia ou a tese a ser apresentada é hora do desenvolvimento do texto. É nele que estará a alma e o coração da redação, pois, ali o redator colocará todo o seu repertório de argumentação, externará seus pensamentos e pontos-de-vista chamando o leitor a ver o mundo como ele o vê. E aí mora o perigo. Qualquer deslize na convicção, na defesa dos argumentos ou exagero em fatos de pouca importância torna a derrota do pretenso gladiador mais rápida e fatal.
           

Portanto, uma boa redação requer antes de tudo leitura, isto é, o redator tem que ter o hábito de ler livros, jornais, revistas, etc, para enriquecer seu vocabulário e ver exemplos de uma boa dissertação. Com a leitura vem a prática da escrita porque, assim como exercícios de musculação ou luta, escrever torna-se mais fácil à medida que sua frequência aumenta. Não esquecer também os cuidados com a gramática e com a forma do texto para torná-lo mais agradável ao leitor, para que ele, ao final da leitura, ponha o polegar em riste consagrando assim o redator-gladiador frente à plateia insaciável, vivendo mais um dia e sabendo que amanhã terá outro leão para matar.

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